Foi um livro extraordinário! Uma valiosa lição de história contada com todo o rigor. Começa em 1915 e estende-se até 1945 e ao fim da segunda guerra mundial. Pelo meio,os anos negros da ditadura salazarista em Portugal, de Franco em Espanha, Mussolini em Itália e de Vargas no Brasil. Os primeiros passos do nazismo, o horror da guerra que grassou Europa fora, até à queda final de Hitler.
O que se aprende com este livro é de um valor inquestionável e vai muito além do que se ensina na escola.
Foram anos vergonhosos de regimes ditatoriais em que liberdade, não passou de uma palavra vazia de sentido.
O quotidiano rural Alentejano foi de uma realeza que reconheci em cada frase e descrição. O Alentejo está-me no sangue, e o que conheci era muito semelhante a este, embora,já primasse por uma liberdade duramente conquistada.
As personagens, achei-as perfeitas. Perfeitas, porque na sua imperfeição, nos seus defeitos e contradições, ficaram mais humanas, mais próximas.
Três gerações de Ribera Flores - com destaque para a segunda geração - em que o domínio patriarcal foi evidente.
Três gerações de amor à terra e devoção aos valores familiares. Dois filhos - Diogo e Pedro - que sempre partilharam o imutável amor de irmãos, mas também diferentes edeologias e vivências. Um em defesa da tradição e de duvidosos valores patrióticos, teimoso, intransigente e solitário. Outro, em luta constante entre as raízes, o apelo do desconhecido e a busca dos sonhos.
Duas mulheres de fibra: ambas esposas, ambas mães.Condenadas pelos velhos costumes, presas à terra, ao amor aos seus homens e filhos, sem se atreverem a almejar mais.
Assistimos à vida desta família, vimos sentimentos a nascer, a morrer, ou a permanecer imutáveis através do correr do tempo.
No final, como um puzzle imperfeito, houve peças que encaixaram, outras que ficaram inevitavelmente de fora. Tal qual a vida real.
Foram mais de seiscentas páginas que não tiveram uma palavra a mais. Ao virar da última página, já se sente a saudade dos Ribera Flores.portugal21 s Cat928 143

Tenho que ser sincera: o que mais gostei neste livro foi a parte histórica. Muito mais do que a história dos Ribera Flores, que me pareceu um bocado previsível. Gosto muito de romances históricos, particularmente os que descrevem o Portugal doutros tempos. Achei muito interessante (como acho sempre) ler sobre a ascensão de Salazar ao poder, o aparecimento dos movimentos fascistas pela Europa, as tensões políticas que se geraram na primeira metade do século XX. A novidade, que também me agradou muito, foi ler sobre o que se passou durante esses anos no Brasil. O início do século XX no Brasil nunca esteve muito claro para mim e este livro permitiu-me alargar alguns horizontes nesse aspecto.

Não podendo dizer que é um dos meus livros preferidos, não descarto, no entanto, a recomendação a todos que ainda não o leram.pdf read-in-20149 s Marta Xambre169 23

O Rio das Flores foi, sem dúvida,uma grande lição de história do séc XX, abordando a Guerra Civil de Espanha, o Estado Novo, a Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil na época... Bem, atrevo-me a dizer que o que mais me marcou neste livro foram os acontecimentos reais que referi anteriormente do que propriamente o romance.O romance conta a história de uma família de latifundiários alentejanos na primeira metade do século XX . Assim, convivem neste livro, acontecimentos verídicos com momentos ficcionados de uma forma perfeitamente mélica.Amei o livro, aliás pergunto-me como é que ainda não o tinha lido?! Na minha opinião, só há um ponto menos positivo neste romance histórico, são as descrições que por vezes se tornam excessivamente pormenorizadas e até repetidas. Mas nada que prejudique as
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